segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Balbúrdia PoÉtica 12


Balbúrdia PoÉtica 12

Dia 2 – dezembro – 19h

Por Onde Andará Macunaíma?

Poetas homenageados

Ademir Assunção e Frederico Barbosa

Poesia viva

Oswald de Andrade – in memória

Patuscada – Café Bar Livraria

Rua Luis Murat, 41 – Vila Mariana

São Paulo-SP

Curadoria: Artur Gomes 
e Cesar Augusto de Carvalho

     CAVERNA

clique no link para ver o vídeo 

https://www.facebook.com/SescPiracicaba/videos/236913551452472

 me tranquei na caverna com platão

pra enfrentar meus próprios males

não vi primata nem zapata nem dragão

ouvi o canto das sereias pelos bares

chamei pra briga o capeta de facão

senti o aço perfurando a carne mole

gritei bem alto um tremendo palavrão

chamei são jorge pra ajudar o filho pobre

daqui ninguém sai vivo nem com reza ou um milhão

um dia até o tolo acaba que descobre

perdi o medo de espelho e solidão

só levo a vida com a pele que me cobre

 

Ademir Assunção

Do livro Risca Faca

selo demônio negro – 2021

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Balbúrdia PoÉtica

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Festa pra Xangô

Sítio de Oxóssi

Dia 26 – outubro – a partir das 11h

Buena – São Francisco de Itabapoana-SP

 

jura secreta 42

 

I

Xangô é parte da pedra

Exu fagulha de ferro

Ogum espada de aço

Faz do meu colo teus braços

Oxóssi é carne da mata

Iansã é vento fogo tempestade

Yemanjá água do mar

Oxum é água doce

Oxalá em ti me trouxe

te canto como se fosse

um novo Deus em liberdade

 

II

sou teu leão de fogo

todo jogo que me propor eu topo

beber teu copo comer da tua comida

encarar de frente

a janela de entrada

e se for preciso a porta de saída

 

Artur Gomes

Do livro Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

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domingo, 28 de setembro de 2025

Por ONde Andará Macunaíma?

Pego emprestado

as cores de domingo

para falar de amor

de um amor idealizado

desses que se vê em vitrines

que se espalham pelos filmes

e que brincam com o coração da gente.

 

Pego emprestado as cores

para pintar a dor

para remoer histórias tristes

dissolvidas em delírios...

 

Me debruço sobre o papel

para não ter que decifrar

esfinges acovardadas

no inconsciente da razão...

 

Danço uma valsa de cores

enquanto sou assediado

pelas notícias vagas

nas páginas eletrônicas!

 

Por fim,

desenho este lastro de ternura

para honrar teu nome

viver tua voz

e te falar em silêncio.

 

Jidduks Art

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 Partiu Maricá

Rio De Versos – I Festival Internacional de Poesia

De 30/10 a 2/11 – Maricá-RJ

Dia 2/11 – é nós com Poesia Na Roda, na cia elegante de Jorge Ventura(meu futuro editor), Delayne Brasil(poesia simplesmente), Marisa Vieira(mim mesma), Marcela Giannini(metáforas de fogo), Wanda Monteiro(Aquatempo), José Inácio Vieira de Melo e Sady Bianchin(tráficos utópicos)

Palco Tupi Petrobras

Veja toda programação no Rio de Versos

https://www.instagram.com/riodeversos_2025/

 

Goytacá Boy

musicado e cantado por Naiman

no CD fulinaíma sax blues poesia

2002

 

ando por São Paulo meio Araraquara

a pele índia do meu corpo

concha de sangue em tua veia

sangrada ao sol na carne clara

 

juntei meu goytacá teu guarani

tupy or not tupy

não foi a língua que ouvi

em tua boca caiçara

 

para falar para lamber para lembrar

da sua língua arco íris litoral

como colar de uiara

é que eu choro como a chuva curuminha

mineral da mais profunda

lágrima que mãe chorara

 

para roçar para provar para tocar

na sua pele urucum de carne e osso

a minha língua tara

sonha cumer do teu almoço

e ainda como um doido curuminha

a lamber o chão que restou da Guanabara

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

 

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Artur Gomes FULINAIMAGENS

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A poesia te abraça, bom final de semana em casa, na rua, na praça.

 

A CIDADE NÃO PÁRA

Para Chico Science

 

A cidade não pára com as buzinas/na corrida para o distante futuro/

a luz neom não ilumina nada/vende em letras gravadas nos muros.

A cidade não pára no infinito esticado da memória/na rede que a teia da manhã tece/costura sobre a realidade o sonho sonhado/entrelaçado na simbiose o pensamento amortece.

A cidade não pára na sua geografia/a estátua na praça ainda acha graça/as pessoas andam sem pai, nem mãe/como um cão solto sem guia.

A cidade não pára nas vias expressas/no caminhar pelas calçadas das utopias/a promessa de vida anda às pressas /nos cantos espalhados pela FM Rebeldia.

 

Sady Bianchin

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Balbúrdia Poética

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 Balbúrdia PoÉtica 12

Dia 2 de dezembro, 19h

poetas homenageados

Ademir Assunção e Frederico Barbosa

- Poesia Viva

Oswald de Andrade - in memória

Curadoria: Artur Gomes e César Augusto de Carvalho

Patuscada - Café Bar e Livraria

Rua Luis Murat, 41 - Vila Madalena - São Paulo-SP

 

Cântico dos Cânticos

Para Flauta e Violão

 

oferta:

 

saibam quantos este meus versos virem

que te amo

do amor maior

que possível for

canção e calendário

sol de montanhas

sol esquivo de montanhas

felicidade

teu nome é

Maria Antonieta D´Alkmin

no fundo do poço

no cimo do monte

no poço sem fundo

na ponte quebrada

no rego da fonte

na ponta da lança

no monte profundo

nevada

entre os crimes contra mim

Maria Antonieta d´Alkmin

felicidade forjada nas trevas

entre os crimes contra mim

Maria Antonieta d´Alkmin

não quero mais as moreninhas de Macedo

não quero mais as namoradas

do senhor poeta

Alberto d´Oliveira

quero você

não quero mais

crucificadas em meus cabelos

quero você

não quero mais

a inglesa Elena

não quero mais

a irmã na Nena

não quero mais

a bela Elena

Anabela

Ana Bolena

quero você

toma conta do céu

toma conta da terra

toma conta do mar

toma conta de mim

Maria Antonieta d´Alkmin

e se ele vier

defenderei

e se ela vier

defenderei

e se eles vierem

defenderei

e se elas vieram todas

numa guirlanda de flechas

defenderei

defenderei

defenderei

cais da minha vida

partida sete vezes

cais da minha vida quebrada

nas prisões

suada nas ruas

modelada

na aurora indecisa dos hospitais

bonançosa bonança

convite

escuta este verso

que eu fiz para você

para que todos saibam

que eu quero você

imemorial

gesto de pudor de minha mãe

estrela de abas abertas

não sei quando começou em mim

em que idade

em que eternidade

em que revolução solar

do claustro materno

eu te trazia no colo

Maria Antonieta d´Alkmin

te levei solitário

nos ergástulos vigilantes da ordem intraduzível

nos trens de subúrbio

nas casas alugadas

nos quartos pobres

e nas fugas

cais da minha vida errada

certeza de corsário

porto esperado

coral caído

do oceano

nas mãos vazias

das plantas fumegantes

mulher vinda da china

para mim

vestida de suplícios

nos duros dorsos da amargura

para mim

Maria Antonieta d´Alkmin

teus gestos saiam dos borralhos incompreendidos

que tua boca ansiosa

de criança repetia

sem saber

teus passos subiam

das barrocas desesperadas

do desamor

trazia nas mãos

alguns livros de estudante

e os olhos finais da minha mãe

alerta

lá vem o lança-chamas

pega a garrafa de gasolina

atira

eles querem matar todo amor

corromper o pólo

estancar a sede que eu tenho de outro ser

vem de flanco, de lado

por cima, por trás

atira

atira

resiste

defende

de pé

de pé

de pé

o futuro será de toda humanidade

fabulário familiar

se eu perdesse a vida

no mar

não podia hoje

te ofertar

os nevoeiros, as forjas, os Baependis

acalanto

acuado pelos moços de forcado

flibusteiro

te descobri

muitas vezes pensei que a felicidade sentasse à minha mesa

que me fosse dada no locutório dos confessionários

na hipnose das bestas feras

no salto-mortal das rodas gigantes

ela vinha intacta, silenciosa

nas bandas de música

que te anunciaram para mim

Maria Antonieta d´Alkmin

quando a luta sangrava

nas feridas que sangrei

com alfinete na cabeça te deixei

adormecida

no bosque

te embalei

agora te acordei

relógio

as coisas são

as coisas vêm

as coisas vão

as coisas

vão e vem

não em vão

as horas

vão e vem

não em vão

compromisso

comprarei

o pincel

do Douanier

para te pintar

levo

pro nosso lar

o piano periquito

e o reader ´s digest

para não tremer

quando morrer

e te deixar

eu quero nunca te deixar

quero ficar

preso ao teu amanhecer

dote

te ensinarei

o segredo onomatopaico do mundo

te apresentarei

Thomas Morus

Federico Garcia Lorca

a sombra dos enforcados

o sangue dos fuzilados

na calçada das cidades inacessíveis

te mostrarei meus cartões-postais

o velho e a criança dos jardins públicos

o tutu de dançarina sobre um táxi

escapados ambos da batalha do Marne

o jacaré andarilho

a amadora de suicídios

a noiva mascarada

a tonta do teatro antigo

a metade da Sulamita

a que o palhaço carregou no carnaval

enfim, as dezessete luas mecânicas

que precederam teu arrebol

marcha

todos virão para o teu cortejo nupcial

a princesa Patoreba

coroada de foguetes

a senhora Dona Sancha

que todos querem ver

o tangolomango

e seus mortos mastigados

nas laboriosas noites processionais

todos comparecerão

o camarada barbudo

o bobo-alegre

o salvado de diversos pavorosos incêndios

o frade mau

o corretor de cemitérios

e onde esciver

o Pinta-Brava

meu irmão

Tatá, Dudu, Popó, Sici, Lelé

não quero sombra de cera

nem noite branca de reza

quero o velório pretoriano

de Sócrates

não o bestiário

de Casanova

não quero tochas

não quero vê-las

Tatá, Dudu, Popó, Sici, Lelé

o tio da América

a igreja da Aparecida

o duomo de Milão

o trem, a canoa, o avião

Tudo darei às mesas anatômicas

do mastigador de entranhas

himeneu

para teu corpo

construirei o dossel

abrirei a porta submissa

ligarei o rádio

amassarei o pão

black-out

girafas tripulantes

em pára-quedas

a mão do jaburu

roda de mulher que chora

o leão dá trezentos mil rugidos

por minuto

o tigre não não é mais fera

nem borboletas

nem açucenas

a carne apenas

das anêmonas

na espingarda

do peixe espada

trasncontinental ictiossauro

lambe o mar

voa, revoa

a moça encastra

enforca, empala

à espera eterna

do Natal

desventra o ventre donde nasceu

a neutra equipe

dos sem luar

no fundo, fundo

do fundo do mar

da podridão

as sereias

anunciarão as searas

mea culpa, lear

na hora do fantasma

entre corujas

Jocasta soluçou

o palácio de fósforo

múltiplas janelas

desmaiou

- por quê calaste os sinos?

meu filho filho meu

- dei, dei, dei

- onde puseste os reinos e as vitórias?

que estranha serenidade prometias?

- era ururpação, paguei

- passaste fome?

- muitas vezes comi as marés de meu cérebro

encerramento e gran-finale

nada te sucederá

porque inerme deste o teu afeto

no soco do coração

te levarei

nas quatro sacadas fechadas

do coração

deixei de ser o desmemoriado das idades de ouro

o mago anterior a toda cronologia

o refém de Deus

o poeta vestido de folhagem

de cocos e de crânios

Alba

Alfaia

Rosa dos Alkmin

dia e noite do meu peito que farfalha

a teu lado

terei o mapa-múndi

em minhas mãos infantes

quero colher

o fruto crédulo das semeaduras

darei o mundo

a um velho de juba

a seu procurador mongol

e a um amigo meu

com quem pretenderam

encerrar o sol

viveremos

o corsário e o porto

eu para você

você para mim

Maria Antonieta D´Alkmin

para lá da vida imediata

das tripulações de trincheira

que hoje comigo

com meus amigos redivivos

escutam os assombrados

brados de vitória

de Stalingrado

 

Oswald de Andrade

2025 ano 431 da degustação do bispo sardinha

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Itabapoana Pedra 

Pássaro Poema

 

eu nasci concreto

na horizontal - ereto

depois fui me abstraindo

me substantivando me substituindo

criando outros e outras criaturas

em minhas estruturas amorais do ser

eu nasci assim e fui me associando

a outras escritas as que foram ditas

a outras  não ditas

as benditas as malditas

as que disseram minhas

e a outras que raptei de outros

pela minha nova maneira

natural de ter resistência a toda

qualquer coisa que não

é

e as que são coloco como cartas

sobre a mesa para surpresa

de ver que todo santo dia é dia d

 

Artur Gomes

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

Litteralux – 2025

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Dia 7 de novembro - Mesa sobre o Studio 52 com Artur Gomes, Genilson Paes Soares, Nilson Siqueira e Mário Sérgio Cardoso - no Festival Doces Palavras - Campos dos Goytacazes-RJ


Artur Gomes In Pessoa

 

SampleAndo

 

o poema pode ser um beijo em tua boca

carne de maçã em maio

um tiro oculto sob o céu aberto

estrelas de neon em Vênus

refletindo pregos no meu peito em cruz

na paulista consolação na água branca barra funda

metal de prata desta lua que me inunda

num beijo sujo como a estação da luz

nos vídeos.filmes de TV

eu quero um clipe

nos teus seios quentes

uma cilada em tuas coxas japa

como uma flecha em tuas costas índia

ninja, gueixa eu quero a rota teu país ou mapa

teu território devastar inteiro

como uma vela ao mar de fevereiro

molhar teu cio e me esquecer na lapa

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

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Dia 7 de novembro - Mesa sobre o Studio 52 com Artur Gomes, Genilson Paes Soares, Nilson Siqueira e Mário Sérgio Cardoso - no Festival Doces Palavras - Campos dos Goytacazes-RJ

Itabapoana Pedra Que Voa

 

dia desses sonhei com alquimia

ciência da transformação

na prova dos nove é alegria

o coração da pedra vira pássaro

e voa para outra dimensão

 

Artur Gomes

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

 

Litteralux - 2025

Dia 2 de novembro - Roda de Poesia

Rio De Versos - I Festival Internacional de Poesia - Maricá-RJ

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Ave da Paz

 

Se eu fosse Joana
Se eu fosse Jesus
Criava mil sonhos mais
Com a calma dos imortais
 

Por todos os humanos
Um pouco de paz
Um raio de lua, luz
Em todos meus animais

Sim, eu sou um sonhador
Que não escolhe a cor
Nem hora pra cantar
Nem cama pra sonhar

Os sonhos que já fiz
São eles meu país
E deles vou viver
Vocês ainda vão ver
 

Depois que a febre passar nos currais
E houver amizade entre os homens
E seus animais
Vai, Jesus, então
Salvar a razão dos mortais
Tirar o caminho do povo
Dos seus pantanais
.

  

Artur Gomes

Musicado por Paulo Ciranda e gravado por Biafra em 1981 no disco de vinil Leão Ferido – CBS

Clique no link para ouvir

https://www.youtube.com/watch?v=uhrWRN3N-Ws

                         VeraCidade

 

A inexistência da poesia em uma cidade não é bacana, é o reflexo do estrago da sensibilidade humana

 

Rúbia Querubim

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A Biografia De Um Poeta Absurdo

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espiã confessa

pedra que voa

depois que choveu pedra em São Francisco do Itabapoana no final de 2024, por ficarem sem saber se gelo ou granizo, alguns moradores da localidade do Macuco, resolveram instalar uma comissão popular de inquérito para apurar as causas do acidente.

Sabedores de que o significado da palavra Ita/bapoana é pedra que rola sobre o leito do rio, é bem possível que as “pedras” revoltadas com suas condições de viverem submersas podem ter sofrido gigantes mutações e serem transformadas em pedras que voam, incentivadas pelas bruxarias e alquimias desenvolvidas por alguns personagens do livro “Itabapoana Pedra Pássaro Poema”.

 

diante de tudo

que tenho falado

despido lido escrito

ser porta bandeira

não é uma missão

apenas por ter incorporado

a Mocidade Independente

de Padre Olivácio

     em Ouro Preto

tem mais angu nesse caroço

cabeça nesse prego

não nego

estou metida nessa trama

dos pés aos fios de cabelo

em cada uma das nervuras desse osso

debaixo dos lençóis de cada cama

tem segredos e mistérios

que sendo revelados

deixariam qualquer país em alvoroço

                            *

em vampiro goytacá

canibal tupiniquim

somos serAfim

todas nós somos

vampiras

numa página a gente transa

noutra página a     gente pira

 

Gigi Mocidade

Ex-Rainha da Bateria da Mocidade Independente de Padre Olivácio - a Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo

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a história nem conta onde o Conde D dava, porque a história é narrada pelos que se julgam vencedores, mas nem sempre isso é verdadeiro, Darcy Ribeiro por exemplo, gostava de se considerar um perdedor, pois segundo ele mesmo não cansava de afirmar que não se sentiria a vontade estando junto aos vencedores, das batalhas que ele travou durante toda sua vida em defesa do povo brasileiro.

 

Rúbia Querubim

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Bar do Firo

 

Gargaú

São Francisco de Itabapoana-RJ

 onde você come bebe e só paga a cerveja dona Beja não te engana quer comer peixe de graça só na pedra de Itabapoana


Irina Severina

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Onde está Macunaíma?

 

no poema na metáfora

no palco no livro

na tela do  cinema

no Acre na Amazônia

em Minas Bahia Pernambuco

Pará Sergipe Piauí

 Rio de Janeiro Espírito Santo

Macuaíma está em todo canto

Paraná Santa Catarina

até nas mais remotas

matas virgens  do Xingu

ou nas águas frias

do Rio Grande do Sul

ou nas termas quentes

do Rio Grande do Norte

Macunaíma vento forte

se misturou nas maravilhas

e também nas sutilezas

divina preguiça da beleza

das terras do bem virá

comeu o pão que o diabo amassou

quando se transmutou por São Paulo

no trampo do caos urbano

quase desapareceu do país

mas como um bom feiticeiro

seu pai não se enganou

te fez tornar-se encantado

para que o povo então  entendesse

as profundezas do teu  significado

 

                   Terra,

antes que alguém morra

escrevo prevendo a morte

arriscando a vida

antes que seja tarde

e que a língua da minha boca

não cubra mais tua ferida

 

Artur Gomes

dos livros : Suor & Cio (1985)

e Pátria A( r)mada - 2022

Por Onde Andará Macunaíma ?


 Gigi Mocidade - Eva já subiu a serra de Pacaraima? já viu o sol nascer na terra de makunaima? já beijou a pedra marco zero de Roraima? Piamã disse que não,  mas Irina já experimentou o experimental de Wally Salomão 

Federico Baudelaire - de onde estou em Itabira eu te pergunto Nilson Siqueira por onde andará Macunaíma? Eva Seiberlich não soube me responder se subiu serra do pacaraima ou beijou a pedra de muiraquitã, Cy a rainha mãe mato continua desfilando na Portela – Paulo Victor que esteve por algum tempo incorporando Macunaíma escafedeu-se tomou chá de sumiço com medo de Piamã com o seu descompromisso - preguiça só quem pode ter mesmo é o próprio Macunaíma. Já dizia Mário de Andrade em, seus delírios febris.

Ainda na Estrada frustrado por passar em Iriri e não encontrar a minha amada. Por onde andará Irina? que não é Macunaíma e só de sacanagem ou até sagaranagem, Rúbia me informa o paradeiro errado da minha andorinha azul, ela deve ter ido pro norte mas querubim me diz que foi pro sul, desfilar de porta/bandeira sem ensaio na mocidade independente de padre olivácio, no festival de Blumenau, aceitando o  convite do Pastor de Andrade o aliciador de ovelhas desencantadas. Só me resta conferir com Federika se ela foi mesmo para Blumenau ou foi se instalar em Vila Rica, depois de passar pelas praças de Bento. 

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

 

era uma vez um mangue
e por onde andará Macunaíma

(Ainda estou aqui)

na sua carne no seu sangue
na medula no seu osso
será que ainda existe
algum vestígio de Macunaíma
na veia do seu pescoço?

tá no canto da sereia
no rabo da arraia
nos barracos da favela
nos becos do matadouro
na usina sapucaia?

na teoria dos mistérios

dos impérios dos passados

nas covas dos cemitérios

 desse brasil desossado?

macunaíma não me engana

bebeu água do paraíba

 nos porões dos satanazes

 está nos corpos incinerados

 na usina de cambaíba

 em campos dos goytacazes

macunaíma não me engana

está nas carcaças desovadas

na praia de manguinhos em

               são        francisco do itabapoana


Joilson Bessa me disse
Kapiducéu já ensaia
Macunaíma vem vindo
no Auto do Boi Macutraia

 

Artur Gomes

poema do livro

Itabapona Pedra Pássaro Poema

Litteralux – 2025

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quinzenalmente às segundas Por Onde Andará Macunaíma está na coluna que assino no canal ArteCult.com 


          Artur Gomes

 

Drummundana Itabirina

: Por Onde Andará Macunaíma?

  

nos meus delírios  baudeléricos

mesmo se fossem baudelíricos

sonho teu corpo flor de cactos

como se fossem       flor de lírios 



 

Itabirina pedra que alucina

       Federico Baudelaire

 

o poema senhores

nem fede nem cheira

           Ferreira Gullar

 

a

 pedra no rio que não voa

se arrasta entranhada

       na alma da pessoa

          Rúbia Querubim


experimentar o experimental

certa vez disse-me Wally Salomão: “experimentar o experimental” enquanto lia Torquato mais do que provado: noves fora não são quatro, segui ouvindo uns blues dançando um reggae enquanto lia Olga, Clarice, Ana Cristina, Clara Bacarim e fui me descobrindo/construindo meu SerAfim Ponte Grande, a  ponte para o outro lado do rio, enquanto ouvia Chico, Gil, Gal, Bethânica, Cássia, trocava umas letras com Ciranda ouvindo agora Chico Chico  pensando o paraíba que atravessa uma cidade que um outro dia foi dos goytacazes, agora dos algozes, os reis e os sócios  das políticas dos negócios, que regem o assalto na cordilheira do planalto e regem o carnaval. : experimental o experimental


afiando a carNAvalha

por entre as trilhas

enquanto me der na telha

por onde a língua não tralha

e a lâmina do desejo

corta os panos da mortalha



poesia

objeto estranho

feito de chumbo

 antimônio estanho


 

sendo pedra

ou sendo ferro

se é dor que sinto

                      berro


Drummundana Itabirina

Por Onde Andará Macunaíma?

 

É bem verdade que em 2022 Macunaíma passou pela Geleia Geral – ReVirando a Tropicália na Santa Paciência Casa Criativa em Campos dos Goytacazes, mas não demorou, depois de ouvir a discussão em torno de sua possível invenção da Semana de Arte Moderna de 1922, rumou para as quebradas de Nossa Senhora da Conceição do Mato Dentro,  agora então veraCidade nem me pira,  foi deitar no colo da Carlos Drummond de Andrade em Itabira.


 

poesia é meta física

meta quântica

itaipu é o paraíso

que restou da mata atlântica


ela me chega assim bailarina

como uma tarde de música

envolta em física quântica

          etérea qual labirinto

para dizer o que sinto

e desvendar teu endereço

procuro em teu livro secreto

palavras que não conheço


As 7 Sereias do Longe

 

recebo tua carta

sereia do longe 7 beijos de areia

rondam marés criaturas o “magma” deve ser público princípio lúdico

poeta não se priva do povo

assim como a gema do novo

a simples clara do ovo

um beijo na escritura

poeta é país não é ilha

restrita a qualquer família

não pertence ao pó nem a filha

é posta em mesa profana

para o banquete das letras

poema – linguagem humana

não se detém nas gavetas


nem veredas nem nonada

tudo DADA tudo ista

o poema nasce em mim

de forma bem imprevista

 

poema um beijo na boca

os olhos azuis como  lua

nós dois amantes da rua

comendo jabuticaba

no presépio de Santo Antônio

em uma Nova Granada

 

nenhuma alma  presente As 7 Sereias no Longe As 7 musas - mar à vista na febre do diamante nas asas do continente meto meu  metal  cateto na carnal    da    hipotemusa o poema arranha aranha na blusa desconcerta a matemática no roteiro dos 5 sentidos “As 7 Sereias do Longe” ainda cantam em meus ouvidos

obs.: As 7 Sereias do Longe, é título da tese de Doutorado de Hygia Camon Ferreira, sobre a obra de João Guimarães Rosa. No momento de sua defesa, na UNESP-São José do Rio Preto-SP, ela pede a publicação do livro de poemas Magma, que as filhas de Rosa, está proibindo de ser publicado. Alguns meses depois o livro foi publicado pela Editora Saraiva. 

  

não me peçam

poeminha agradável

com apalavra amaciante

meu ofício é liberdade

eu não sou comerciante 


eu sempre madrugo em  jiddu e as tentações não me deixam sossegado,  a madrugada me ins-pira ouço as 7 sereias do longe lá em nova granada de espanha cada aranha tece a sua teia eu teço cada palavra quando a musa me arranha como bem disse hygia ferreira as sagaranagens fulinaímicas são  heranças do mestre  guima  que recebi do sagarana em itaguara das minas


aldeia carioca
para Marko Andrade

ando entre a espada
o revólver e a navalha
o couro cobre a carne
como pano da mortalha
o grito preso na boca
e o relógio de músculos
move o sangue no asfalto
o beijo de cinzas
na quarta/feira antes do carnaval
subo os dois irmãos
o são conrado o vidigal
desce por um beco os farpados
deparo com o vinagre
os cacos de vidros quebrados
o brejo na curva
em frente os arcos da lapa
o samba que foi proibido
rasgaram a pedra do sal


64

 

Não era de Vênus 
a cor do sol do meio dia
Afro-dite 
negras eram nuvens
acima o mar num céu de estanho
chumbo metal pesado
no couro cru da carne viva 
ferrugem  corroendo ossos
botas   pontiagudas 
patas de cavalos cuspindo coices
no calabouço do asfalto

esporas sangrando corpos
abrindo cadafalsos

na noite 31 de março
madrugada  primeiro de  Abril


vou-me embora pra girona

 lá nina Florbela me ganha

com um soneto me espanca

 e um cogumelo espanhol

e os girassóis de Van Gog

       giram em torno do sol

 

                  EuGênio Mallarmè 


vou-me embora pra girona

hoje me largo de mim

boto  iriri na lona

com minha carne tupiniquim

para enrolar os espanhóis

nos retalhos imortais do SerAfim

jogo na  cara do rei

rapadura e aipim

e grito na cara dela

fui eu mesmo quem pintou

a porta de entrada da favela

          com cuica e tamborim

 

                  Gigi Mocidade    


vou-me embora pra girona

lá helena louca de espanha

 me espera no cais do porto

já me larguei de quipari

para alguns parece

 até que estou morto

mas confesso : ainda  estamos aqui –

 

                        Federico Baudelaire


conkrEreção

ainda escorre entre meus dedos
a fome por por vinho e uva
a carne doce da musa
lá do vale dos vinhedos
entre a saliva e a chuva
a virgem fruta entre os dentes

como flecha incandescente
como uma deusa de Bacco
a safada me lambuza
me come bebe e me usa
em seu banquete antropofágico
mastigando poemas meus

mas o amor pode ser trágico

se o seu pai não fosse zeus    

          na carne

da palavra

nasce o poema

              entre ossos 


urbana

para Samaral in memória

 

na rua desterro

o enterro

foi simples rápido

como passagem de um beija-flor

pelas pétalas da roseira

o vento levantou poeira

federico me beijou a boca

desconstruiu meu serAfim

na praça da liberdade

daquela lira paulistana

naquela tarde de maio

pastel de vento com caldo de cana

 

surucabano

 

chiriquela gata magrela

com sua boca de guesa

me pergunta da janela

por sua mãe portuguesa

dandara a psicopata

de família  irlandesa

traiu a confidência de zapatta

no carnaval pernambucano

matou o pai numa  gravata

e se arriscou no  exército mexicano

 

                        Federika Lispector    



o jogo foi lançado

o pgr pôs na mesa

xandão dá as cartas

o stf embasa o argumento

eu organizo o movimento

sem lamento

dino corta o baralho

e  eufórica a massa  grita

:

"anistia pra golpista é o caralho"!     


brazilha

 

1968

tantas  vezes

estive nessa ilha

que não é de vera cruz

muito menos santa

assim mesmo

abracei a catedral

para beijar seus mortos

mesmo sem crer em salvação

nos canteiros de obra

durante a sua construção

 

           Artur Kabrunco


se eu soubesse

           o endereço

se eu soubesse o endereço
da estrada que atravesso
marcaria outro começo
no final da madrugada
vestiria um linho branco
numa calça amarrotada
e beberia um vinho tinto
na língua da namorada


a poesia do corpo espiritual no carnaval de Madureira

nasce entre a carne a medula o sangue a nervura da alma e a escridura dos ossos onde posso dizer o que sinto posso sentir o que posso nem sempre a palavra vale quanto pesa nem sempre um poema cabe pleno numa reza palavra as vezes ficam perdidas na memória não flui no consciente em complemento da história

nem tudo que é belo

                          angra

o mar dos reis

encapota/desanda

e a flor do mangue

                ainda sangra

         A

travessia você faz

como quiser

ou como pode

:

no lombo do cavalo

ou na garupa do bode 

A Biografia de Um Poeta Absurdo

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